Observa-se um avanço significativo da tecnologia no que diz respeito às práticas que permeiam a engenharia. Nos últimos 60 anos, setores antes quase inteiramente analógicos ganharam ferramentas facilitadoras de seus processos.
A Lei de Moore e o Impacto na Engenharia
Essa marcha para o progresso pode ser facilmente relacionada como uma consequência da “Lei de Moore”, tese elaborada em 1965 por Gordon Moore, umas das mentes por trás da antiga Integrated Eletronics, atual Intel.
A lei de Moore prevê que, a cada dois anos, a capacidade de processamento de chips de silício dobrará, isto é, a capacidade de procedural dos computadores. Tal postulado, por sua vez, pode ser diretamente associado ao surgimento de softwares como AutoCAD, Solidworks, Inventor, Revit, MATLAB e Ansys e de linguagens de programação como C, C++, Visual Basic.NET, Java e, é claro, Python, cotidianamente utilizados por engenheiros ao redor do mundo para os mais diversos fins, os quais se destacam: modelagem de peças, simulação numérica de componentes, simulações envolvendo materiais em estruturas, previsão e visualização de falhas, cálculos para depreciação e orçamentos e, no âmbito da engenharia mecânica, manutenções.
Manutenção Industrial: Definições e Tipos
Segundo a empresa TOTVS, responsável pelo desenvolvimento e distribuição do software de gestão de processos “TOTVS”, manutenção “é um conjunto de atividades que tem o objetivo de verificar e garantir a vida útil de um equipamento por mais tempo”. Nesse âmbito podemos destacar uma importante distinção entre dois tipos de manutenção, as preventivas e as corretivas:
Manutenção Preventiva
- Se baseia na identificação de pequenos desvios no estado natural dos equipamentos, como ruídos, cheiro e vibrações incomuns, e em sua correção pela eliminação ou reparo da causa.
Manutenção Corretiva
- Realizada após um “imprevisto”, sendo isso uma falha crítica no equipamento. Nessa última modalidade, executa‑se um “diagnóstico” do objeto em questão, por meio de um exame minucioso, bem como um “prognóstico”, de modo a prever e prevenir eventuais consequências do problema.
Assim, pode-se dizer que: a partir de um monitoramento das atividades, bens e insumos, torna-se possível assegurar a continuidade da produção e reduzir os riscos de paralisações no processo produtivo.
Desafios de Escala e Registro de Dados
Apesar de parecer uma tarefa simples se tratando de poucos equipamentos, ao aumentar o contingente de máquinas em uma indústria, tal monitoramento vira um desafio que beira o impossível, já que, além de demandar por pessoal dedicado e uma política intensa de controle, pede também por uma forma adequada de registro das informações. Portanto, como garantir a continuidade da produção nessas circunstâncias?
Soluções: Sistemas de Gestão de Manutenção
A resposta para tal questionamento pode parecer complicada, mas na verdade é bem simples: usando um sistema.
Atualmente, já existem no mercado vários sistemas relacionados a gestão e acompanhamento de processos, tais quais:
- Pipefy, que usa a metodologia de gestão de processos Kanban;
- Trello, comumente utilizado para delegar tarefas;
- SAP ERP, que pode gerir todas as etapas da produção, desde a compra de insumos, à manutenção dos equipamentos e faturamento.
Indicadores de Desempenho (KPIs) em Manutenção
Produzir alguns indicadores também é importante, como os KPI’s, “Key Performance Indicators”, no português “Indicadores-chave de desempenho”. Como o nome propõe, dentro da manutenção, o KPI é usado para medir o desempenho de um determinado equipamento, por ele também é possível gerar índices de falha que podem ser associados a um determinado “agente causador”. Quando eliminado o “agente causador”, produz-se a melhoria contínua da organização.
O Futuro: IA e Automação na Engenharia
Ao longo de seis décadas, houve grandes melhorias, mas isso não é o fim. Com o advento das IA’s e de outras tecnologias, a humanidade tem caminhado para um progresso ainda maior e a engenharia não está isolada disso. Ao passar dos anos, tarefas rotineiras tendem a se tornar obsoletas, sendo substituídas por atividades mais complexas, refletindo também o desenvolvimento intelectual e técnico da sociedade.